Ver # Revista Edifícios e Energia 112 | Setembro/Outubro, 2016
Basta verificar o número de Certificados Energéticos (CE) emitidos e válidos para Edifícios hospitalares para perceber que este assunto é ainda subvalorizado pelos responsáveis hospitalares e pelos responsáveis públicos sem desculpa válida, dado que o desígnio nacional da emissão de baixo carbono e da eficiência energética nos edifícios na Administração Pública tem sido alvo de inúmeros Despachos, Resoluções e Portarias Governamentais e deveriam ser um desígnio nacional das entidades públicas.
Os Peritos Qualificados (PQ) do SCE são técnicos altamente qualificados pelas Universidades e selecionados em rigorosos processos de avaliação, muitos deles com formação complementar na tecnologia nZEB e não têm sido chamados a intervir no programa de eficiência energética nos hospitais.
Entretanto entrega-se a questão a empresas privadas de serviços Energéticos com elevados interesses económicos que independentemente da sua capacidade de investimento dificilmente geram confiança, transparência e solidez ás organizações que potenciam este tipo de intervenções.
A regulamentação dispersa por vários ministérios criou o papel do Gestor de Energia em Edifícios. A complexidade da gestão da energia em edifícios públicos torna recomendável a nomeação de um técnico especialista para fazer a promoção da utilização racional da energia (designado por Gestor local de Energia). O Gestor de Energia deve ser uma figura chave na gestão de grandes administrações públicas.
O ministério da saúde criou o papel mais abrangente do gestor local de energia e carbono, que para além da eficiência energética contempla a eficiência Hídrica e a produção de resíduos.
Dada a complexidade das questões relacionadas com a energia para uma administração, é essencial que seja nomeada uma pessoa com competência e experiência relevantes.
Entendemos que esta função se insere nas qualificações do Perito Qualificado do SCE. Contrariamente ao por vezes referido não faltam técnicos habilitados e experientes em Portugal. Gostaríamos de ver os PQ serem envolvidos como motores deste desígnio nacional dada a elevada experiência profissional e visão integrada nestes assuntos da energia e da tecnologia do baixo carbono associado a um grande rigor e exigência independente dos interesses económicos.
As causas do insucesso em todas estas questões são conhecidas: os planos e regulamentos não passam de boas intensões impostas externamente a que o Estado não tem sabido dar respostas, quer por incapacidade dos recursos, quer por falta de capacidade de investimento. Apesar disto o sector privado tem sabido aproveitar com sucesso o conhecimento dos PQ e identificar grande potencial económico e financeiro em projetos conhecidos de melhoria dos consumos energéticos, aumento da eficiência energética e aplicação sustentável de energias renováveis.
As boas praticas nos edifícios Hospitalares tem se limitado a pequenas intervenções pontuais mais ou menos elementares com pouco impacto nas metas estabelecidas na regulamentação e na estratégia global da redução do consumo definidas na legislação.
Quanto á certificação energética dos Grandes edifícios hospitalares continuamos à espera.